terça-feira, 6 de julho de 2010

Dia da Revolução e do Soldado Constitucionalista

    A Revolução Constitucionalista de 1932, ou Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido no Brasil entre os meses de julho e outubro de 1932, onde o Estado de São Paulo visava a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil.
  Foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, que acabou com os grandes latifundiários de Minas e de São Paulo e com a autonomia que os estados gozavam durante a vigência da Constituição de 1891. A revolução de 1930 impediu a posse do governador de São Paulo Júlio Prestes na presidência da República e derrubou do poder o presidente Washington Luís, que fora governador de São Paulo de 1920 a 1924, colocando fim à República Velha e levando Getúlio Vargas à Presidência da República, em governo que chamou provisório.
  Não só o Congresso Nacional foi dissolvido, como governadores, deputados, prefeitos foram depostos. Para o lugar deixado pelos governadores de Estado foram nomeados por Getúlio interventores.
  Inconformados com a política ditatorial de Vargas, os paulistas não tiveram alternativa a não ser se rebelar. Em julho de 1932 explode em São Paulo uma revolta contra o presidente Getúlio Vargas.
  Tropas Federais são enviadas para conter a rebelião. As forças paulistas lutam contra o exército durante três meses. As tropas rebeldes se espalham pela cidade de São Paulo e ocupam as ruas. A imprensa paulista defende a causa dos revoltosos. Uma intensa campanha de mobilização é acionada.
  A população adere à rebelião. Um grande número de pessoas se alista para a luta. Quando se inicia o levante uma multidão sai às ruas em seu apoio. Tropas paulistas são enviadas para os fronts em todo o Estado. Mas as tropas federais são mais numerosas e bem equipadas. Aviões são usados para bombardear cidades do interior paulista. Trinta e cinco mil homens de São Paulo enfrentam um contingente de cem mil soldados. Os revoltosos esperavam a adesão de outros estados, o que não aconteceu.
  Quatro estudantes morreram: Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo. As iniciais de seus nomes formam a sigla MMDC, que se transforma no grande símbolo da revolução.
  Em outubro de 32, após três meses de luta, os paulistas se rendem. Prisões, cassações e deportações se seguem à capitulação. Estatísticas oficiais apontam 830 mortos. Estima-se que centenas a mais de pessoas morreram sem constar dos registros oficiais.
  Atualmente o dia 9 de julho, que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica mais importante do estado de São Paulo e feriado estadual.
  Foi a primeira grande revolta contra o governo de Getúlio Vargas e o último grande conflito armado ocorrido no Brasil. No total, foram 87 dias de combates, (de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 - sendo o último dois dias depois da rendição paulista), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2.200 mortos, sendo que inúmeras cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos devido aos combates.
  O resultado disso é que, em atitude conciliadora, Vargas convoca Assembléia Nacional Constituinte, em que foi votada e aprovada uma nova Constituição, que era exatamente o que os paulistas almejavam.

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